terça-feira, 26 de maio de 2009

Educação = Técnica + Criatividade.


Depois de assistir ao filme Homem de Ferro, eu falei pro meu irmão: "bah, imagina o monte de gurizada que vai querer fazer engenharia mecatrônica agora". E ele: "sóóóó...". Sério, é muito legal ver o Tony Stark criando aquela armadura. É quase como pensar: "eu posso criar o Superman com as minhas mãos".



Onde estão os estudantes de robótica? Onde estão os carpinteiros? E os eletricistas?


O domínio de uma técnica é tão difícil de ser encontrado nos estudantes de hoje em dia, que eu me pergunto: quem está cuidando da luz do Farol de Cidreira?

Besteiras à parte, ou melhor, falando sério, hoje em dia todo mundo faz faculdade de Direito, Administração ou Publicidade. O primeiro, fala bonito, o segundo normalmente não vira empreendedor, e o terceiro, fala ainda mais bonito que o primeiro.

Mas e a montagem de aparelhos eletrônicos? E os móveis sob medida?

Na resposta a essas perguntas, a maioria pensa: "ah, sempre vai ter OUTRO pra fazer esse trabalho braçal". E assim caminhamos para a obesidade, quer dizer, para a obviedade e estagnação.

Assistam este vídeo, de uma palestra para o TED, do Ken Robinson. Ele fala como as escolas matam a criatividade.
O vídeo tem mais ou menos 10 minutos. Mas devo ressaltar: é daqueles que fazem você ganhar o dia. Esta é só a primeira a parte, se puder, assista a segunda também, pois há um momento muito emocionante sobre uma coreógrafa.



A principal mensagem desta plestra é: a educação de hoje em dia, é feita pra transformar o ser humano em um professor universitário. O que não é nada mal, mas infelizmente, precisamos das outras peças para que o mundo funcione.

Enqunto escrevo este post, está passando um episódio do Aprendiz - Universitário. É notável como as provas pedem que os candidatos tenham domínio de técnicas. Mas claro, no final, parece que mesmo você fazendo uma bosta de tarefa, você pode se safar da demissão se falar bonito.

O vídeo de Ken Robinson, ressalta também a importância da criatividade no ser humano. Com o domínio da técnica, a teoria é fácil de ser entendida. E quando sabemos o que estamos fazendo exatamente, é fácil criar algo. Pois quando já sabemos o caminho, é só mudar a rota pra vermos algo diferente. Algo novo.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Rodarte: no esqueleto da moda.



Costumamos dizer que quando algo está nos afetando muito, isso está até o osso. Talvez por causa da localização do nosso esqueleto: dentro de nós. Por isso, pessoas que não gostam de superficialidade, normalmente usam imagens de caveiras e ossos para mostrar a sua "profundidade". A moda, que é considerada a mais fútil das expressões artísticas, pode sim, trazer a tona nosso âmago.

Como? Com criatividade e lindas cores, claro! E é isso que a dupla de estilistas da marca Rodarte está fazendo.






Com peças que se utilizam de faixas quase entrelaçadas e telas transparentes que dão uma ilusão de ótica, as roupas da grife parecem ser esculturas costuradas no corpo da mulher. Tudo isso, sem formas óbvias.




Os colorados que me desculpem, mas esse vestido tá digno do tricolor.
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Kate e Laura Mulleavy, fundaram a Rodarte no outono de 2005. Duas irmãs da Califórnia, formadas basicamente em artes visuais. Com o talento, veio o sucesso.


Keira Knightley, na Premiere de seu filme, usando uma peça da grife.

E o vestido de Keira, é da mesma linha que Britney Spears, escolheu para estampar na capa de seu último álbum, Circus.



Mas a maior fã das estilistas Californianas, é a texana Reese Witherspoon.



Até Michelle Obama se rendeu aos modelos da dupla.

Faça como ela: na hora de abrir o guarda roupa, Change.

Site oficial - www.rodarte.net

sábado, 23 de maio de 2009

Dourado, lã e arco-íris

Post originalmente feito em 6 de Abril de 2008:

Sempre gostei de acompanhar tendências, mas não necessariamente seguí-las. Pois normalmente, se isso acontece, você cai na armadilha da Miranda, em O Diabo Veste Prada. Admiro aqueles que criam seu estilo próprio. E não é pecado nenhum você admirar aquela meia azul da sua amiga e querer uma igual, desde que ela faça sentido pra você. Mas o mais legal da moda, é a criação. É o novo, que ninguém espera, aparecendo de repente.




Por isso, fiquei um pouco surpresa quando li aqui, e depois aqui, que na Europa agora, o babado é usar sapatos dourados. Pois a minha sandália, tá na rua desde outubro passado.


E é estranho saber que pessoas do outro lado mundo tiveram a mesma idéia que você. It's kinda creepy! Mas daí comecei a me lembrar por que comprei esse sapato. Eu havia visto um clipe da Björk, em 2004, onde ela usava umas botas estilo astronauta na cor dourada. Fiquei apaixonada... mas claro, nunca iria achar esse modelo aqui no Brasil.. e nem poderia arcar com o valor, hehehehe... Então a vontade de ter algo dourado foi amadurecendo. No início de 2007, vi um comercial da Motorola, onde as pessoas andavam na rua escutando suas músicas e tal. Aí focaram os pés de uma pedestre e ela estava com uma sandália dourada! Amei.. mas pensei: nunca vão lançar algo do tipo no Brasil. Então, para minha surpresa, em outubro, vi o modelo acima, nas Lojas Renner. Comprei na hora. Fiquei toda contente... aquele sentimento de mulher-pós-shopping que os homens nunca vão entender, hehehehe...

Mês passado, então, estava eu, esperando o buzão pra ir pro trabalho, e vejo uma senhora nos seus 60 anos, estilo vó alemoa, com vitalidade pra cuidar da horta e do potrero. Ela estava usando a mesma sandália que eu! A dourada! Segurei pra não rir! E vou dizer, ficou bem nela, mas com um outro estilo, entendem?

A gente tenta pensar que está inovando, que está contra a sociedade, mas na real, somos seres humanos com alguns gostos parecidos... E o que é bonito sempre vai atrair mais olhares.

Mas então fiquei pensando... ficar antenado nas tendências treina o seu olho para futuras modas. Por exemplo: a Björk (sim, ela de novo, eu sei) lançou seu último álbum em Maio do ano passado com o seguinte visual:


Lã, bordados, e todas as cores do arco-íris. Fora o foguinho, que depois de ter visto aqui, não paro de enxergar fogo em layouts e designs que olho por aí.

E para minha surpresa, a Zero Hora de hoje, publicou uma nota no Caderno Donna, falando sobre esta estilista, e das suas experimentações com lã e outros materiais.



Eu me pergunto.. seria tudo coincidência? Ou o pensamento humano tem um imaginário coletivo? Aí, fui dar uma olhada no Site das sandálias Melissa e me deparo com a nova campanha:

Cachecol de lã... com as cores do arco-íris!


segunda-feira, 18 de maio de 2009

Bilhetes aéreos, população aérea.


Com esse vídeo, dá vontade de levantar do sofá durante a novela e fazer algo. Tá bom, ok... levantar durante o intervalo da novela.





Neste momento, agora, empresários, lojistas, operários... TROUXAS, estão pagando o imposto de renda, para gente que não tem vergonha na cara, mandar amigos para Miami comprar muamba e creminhos da Victoria's Secrets.

A frase acima, foi fortemente inspirada no comentário de Luiz Carlos Prates no Jornal do Almoço de Santa Catarina, do dia 20 de Abril, em pleno escâncalo das passagens aéreas da Câmara de Deputados e Senado.

Eis o vídeo.



Devo dizer que, todo verão que vou à Florianópolis, já é costume da minha família, ficar fazendo piadinhas sobre o Jornal do Almoço Barriga Verde. Pois, além da abordagem ser super diferente da do nosso Jornal do Almoço Gaúcho, ainda por cima, tem uma cara que faz tipo a coluna social, que coloca fotos dos churrascos que os amigos fazem em casa. É bem despojado. Mas devo salientar, que sempre admirei os comentários deste senhor do vídeo acima. Descontando a cor da tintura da cabelo, ele está totalmente correto nas suas afirmações. E principalmente na ênfase que dá, ao bater na mesa.

Precisamos disso aqui no Rio Grande. O Lasier é bom. Mas parece que o choque que levou na Feira da Uva, lhe tirou essa gana de protestar.




segunda-feira, 4 de maio de 2009

O "jeitinho" brasileiro no caso Isabela Nardoni.


Até que ponto vai o jeitinho brasileiro? Pra quem não conhece, ou não sabe o que é esse hábito nacional, aqui está uma definição:

Existe sempre um jeito de sair dessa ou de levar vantagem.

Isso até tem uma conotação engraçada entre nós brasileiros. Quem nunca deixou de dar nota fiscal, pra não ter que dar tanto de comer ao Leão? Ou quem nunca descobriu uma maneira de burlar uma blitz, depois de ter bebido um pouco na noite?

E quem nunca, também, não pagou um amigo pra roubar seu próprio carro, e assim pegar a grana do seguro? Inofensivo, né?

Bom, se seu alerta ético já começou a soar, você vai entender o que quero dizer.



Você se separou da sua mulher, com quem tem uma filha pequena. Motivo: muitas brigas. Conhece outra mulher, se apaixona e casa com ela. A relação é passional, muitas discussões, que eventualmente terminam em sexo. O casal acha isso excitante e por isso continua junto. Eles têm um filho. Mas a segunda mulher é tão ciumenta, que não aguenta conviver com a enteada. Além disso, dinheiro é um problema para os dois.

As brigas começam a afetar as crianças. A enteada é respondona com a madrasta. E como para a mulher já é natural bater às vezes no marido, ela sente liberdade em bater na menina também. Só que nesse dia, a criança fica com um ferimento sério na testa. Chorando e esperneando, a garota grita que vai contar tudo para a mãe dela. A madrasta, imagina todo o cenário de agressão infantil indo parar na delegacia. Num ato de auto proteção, ela decide eliminar o possível motivo, para a destruição de sua família. Ela tenta enforcar a criança. A infante fica desacordada. O pai, em desespero, acha que a filha está morta. Sem pestanejar, ele pega a criança, leva-a até o quarto, fura a rede de proteção da janela e joga sua filha do sétimo andar.

Você deve se perguntar: o que ele pensou naqueles poucos segundos antes de jogar o corpo pela janela?

Eu consigo imaginar.

Ele deve ter se lembrado de quando colou no colégio pra passar em química. De quando um amigo armou para o celular dele, não gastar créditos e ter sempre como ligar. E principalmente, ele se lembrou que nunca ninguém reclamou.

Vendo pelo lado lógico, ele tinha um problema nas mãos. Para sair dessa, ele arranjou uma solução.

Na teoria, foi perfeito. Mas na prática, ele falhou. Pois ele e a mulher acabaram presos.

Todos nós já imaginamos o crime perfeito. Principalmente depois de ver um filme de roubo de banco. Você torce para que o plano dê certo. Isso é natural, pois somos seres inteligentes, que procuram sempre uma solução para uma situação problemática. Mas notem, isso sempre é visto pelo nosso lado racional, pois se fossemos deixar a emoção aflorar na hora, é bem provável que muitos estudantes da 5ª série, saíssem chorando de uma prova de matemática.

Vivemos num país onde quem leva vantagem burlando regras, é visto como esperto, como safo. Além de resolver questões, isso infla o ego e faz o indivíduo sempre a procurar mais essa sensação. Pois, afinal, sempre dá certo, não é? É socialmente aceitável, certo? Como diria o vocalista do Bidê ou balde: e por que não?

O sangue da menina era igual ao do pai. Foi ele quem deu o nome a ela... e por que não?

É quase um complexo de Deus: dei a vida, posso tirá-la também.

Essa estória, poderia ser a do caso Nardoni. Não vou dizer que é, pois fantasiei algumas situações. Utilizei esse tipo de recurso para colocar o leitor, no lugar do protagonista e entender a lógica dos acontecimentos. Isso tudo para chegar a pergunta: até que ponto o jeitinho é perdoável?
Sempre tive esses pensamentos sobre o caso, mas nunca coloquei por escrito, pois sempre acreditei que muitas vezes, é melhor falar de algo bom, do remoer coisas ruins, que não levam a nenhuma solução. E com a condenação, pensei: eles estão tendo o que merecem. Fechei o caso.

Mas depois de saber que o casal condenado, contratou o mesmo advogado que defendeu Sérgio Gomes da Silva e Farah Jorge Farah, para uma apelação, minha indignação explodiu em pensamentos, os quais compartilho com vocês, neste singelo blog.