segunda-feira, 30 de março de 2009

Música nova de novo.

(seria bom você ler este post com tempo, para ouvir as músicas linkadas, caso não as conheça ainda)

Há algum tempo a cena musical se rendeu ao hip-hop. Rádios que antes só tocavam bandas de rock e pop do momento, dedicam boa parte de sua programação aos “batidões” americanos ou até mesmo brazucas.

Missy Elliot: Pass that Dutch e Gossip Folks.

Não é de se surpreender, pois há muito tempo, a fórmula “quatro rapazinhos se juntam e fazem canções de 3 acordes” já se esgotou. Com raras exceções, como Kings of Leon, o rock se estagnou, e é mais uma questão de ego do que uma busca por sonoridades inovadoras. Isso aliás, já está acontecendo com o hip-hop, com seus rappers obcecados por ouro, mulheres e tiros.

Lil’ Wayne: Lollipop.
Ele foi o recordista de indicações do Grammy neste ano.

Por isso é comum ouvirmos alguns “puristas” dizendo: “isso é música de negão”. É claro que eu não gosto das letras que degradam a mulher ou que dizem que vão matar o outro “filhadaputa”. Mas a inovação em batidas e até melodias desse estilo musical, me cativam. E o mais engraçado, é que graças a esses “negões”, há 50 anos atrás, nós ganhamos o Rock. O que os puristas diriam? Que isso é música de satã?
Não que o hip-hop seja a salvação da música. Mas é que ultimamente é de lá que vem a coragem de experimentar mais, com diferentes sonoridades.

Muitas vezes, um músico é tão inovador, que a “mídia especializada” não consegue rotular seu estilo. Um bom exemplo é M.I.A. do Sri-Lanka, radicada na Inglaterra. Ouvindo seu single arrasa quateirão Paper Planes, seria muito fácil rotulá-la como rapper. Mas ouvindo mais sua obra, notamos um diferencial que é indescritível.

Umas das faixas de seu álbum é Hombre.
Videoclipe lindo de Jimmy.

Na onda que a Cingalesa formou, se sobressaiu Santogold. Com sua mistura de batidas sincopadas e efeitos, ela criou uma atmosfera própria e extremamente original. Se confundindo com o estilo hip-hop, no estilo de se orgulhar dos próprios dons, em Creator, ela esbraveja sua qualidade criativa, e com toda razão. Em L.E.S. Artists, além de ser uma canção bem produzida, há um videoclip de arrepiar de tão bonito.

Talvez os meus favoritos, sejam a dupla sueca, The Knife. Formada por dois irmãos (ele faz a parte eletrônica e ela canta e compõe), que em 2003 lançou o álbum Deep Cuts.

Talvez vocês conheçam a música Heartbeats, de autoria deles, na versão cover de José Gonzales, que foi utilizada num comercial do Sony Bravia.

Devo dizer que prefiro a versão original. Mas dentre a obra dos escandinavos, prefiro Marble House, com sua melodia etérea, misteriosa e emotiva. A letra é tão fofa! Em Pass this on, a mistura de teclados caribenhos com batida eletrônica é mágica.

O videoclip não poderia exemplificar melhor o tema deste post. A perplexidade dos caretas diante do diferente.



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